segunda-feira, 3 de maio de 2010

1º de Maio, A Luta de quem Trabalha

A Moção apresentada pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos, que mereceu os votos favoráveis do PCP, abstenção do PS e voto Contra do PSD.


“Só há Liberdade a sério quando houver a Paz, o Pão, Habitação, Saúde, Educação, quando houver liberdade de mudar e decidir, quando pertencer ao povo o que o povo produzir…”.

Abril abriu as portas de uma cultura de cidadania responsável, de direitos e deveres, de uma democracia representativa, assente nos caminhos de um progresso participativo.

Nos ásperos tempos que vivemos, Abril é tempo de resistência que se projecta em Maio. Não só no Dia do Trabalhador, mas quando os trabalhadores são os principais visados de uma conjuntura económica sem consciência social.

Em tantas décadas de comemoração do 1º de Maio, nunca como agora os direitos do Trabalhador estiveram tão em causa.

Um estudo publicado pelo Instituto do Emprego na passada quinta-feira indica vários factos preocupantes mas há um que nos salta à vista. 40% dos trabalhadores e trabalhadores sentem-se privilegiados por ter um emprego. Triste sina de um país em que o trabalho é visto como uma regalia e não como um direito. Este estudo mais que um indicador mostra um país que está virado do avesso. Aquilo que deveria ser um direito e que está reconhecido constitucionalmente no seu artigo 58 afinal em Portugal é visto como uma benesse.

A improvável coligação entre PS e PSD que esta semana vimos nos jornais, prepara-se para atacar os mais basilares direitos de trabalhadores e desempregados.
Com a argumentação de uma crise económica a que estes dois partidos nos trouxeram, serão os mesmos de sempre a pagar a conta.

Há poucos meses injectaram-se milhões de euros no BPN. O motivo? Se a banca portuguesa entrasse em colapso iríamos chegar exactamente ao mesmo ponto onde estamos hoje.

Os trabalhadores que desde há largos anos têm sido vítimas de sucessivos ataques assistem agora à suprema injustiça de ver o Governo a ter milhões para salvar banqueiros irresponsáveis, de ter milhões para pagar prémios a administradores públicos e até de pagar viagens semanais a Paris a deputados do Partido Socialista. Mas admite não ter dinheiro para aumentar um cêntimo que seja os funcionários públicos esquecendo que a função pública, a função do Estado mais que serviços são pessoas.

A fúria privatizadora do PEC está a chegar a serviços desde sempre públicos, como os Comboios e os Correios, essenciais para garantir as comunicações no conjunto do território e a igualdade de acesso nas regiões afastadas dos grandes centros. A submissão a objectivos de lucro fácil arrastaria o fecho de mais estações de comboio e/ou de correio, a juntar ao da escola, do posto médico, etc., podendo significar o golpe final da desertificação de muitas aldeias de cujas populações recebem as magras reformas pelos CTT, o único “banco” que conhecem.

Sabemos como um ou dois dias de greve numa pessoas que recebe o salário mínimo faz mossa. Por isso a importância do 1º de Maio e das suas manifestações.
Momento de excelência para que as portuguesas e os portugueses demonstrem o descontentamento de uma população farta de pagar os erros de quem governa.

Viva os Direitos dos Trabalhadores!

O Grupo do Bloco de Esquerda propõe que esta moção seja enviada à Comunicação Social e Freguesias do Concelho de Salvaterra de Magos.
Grupo Municipal do Bloco de Esquerda
Salvaterra de Magos, 30 de Abril de 2010

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