Foi a 1 de Junho de 1950 que se celebrou pela primeira vez o Dia Mundial da Criança. No dia em que se comemora mais um Dia Mundial da Criança não podia deixar de alertar para os números alarmantes da pobreza infantil. O problema da pobreza infantil persiste como um problema grave das sociedades modernas.
Portugal tem a 8.ª maior taxa de pobreza infantil da OCDE – 16,6 por cento - um valor superior à média do conjunto de 34 países (12,7 por cento). O abono de família foi retirado a 645 mil crianças, em seis meses. Desde 1 de Novembro de 2010, quando entraram em vigor as novas regras impostas pelo PEC 3, o total de crianças que deixaram de receber abono de família atinge já mais de 800 mil.
Cerca de 40 por cento das crianças em Portugal vivem em «situação de pobreza», revela um estudo do Instituto Superior de Economia e Gestão. Amélia Bastos, economista do ISEG que se tem dedicado à investigação da pobreza infantil em Portugal, alerta: "O impacto das prestações sociais ao nível da pobreza infantil é dos menos eficazes. Ora a retirada dos apoios vai agravar ainda mais essa baixa eficácia". A investigadora adianta ainda que as consequências vão além da questão monetária, podendo traduzir-se no aumento do abandono escolar e impedir a quebra do ciclo da pobreza.
Dificuldade que as instituições enfrentam para fazer face ao aumento de solicitações por parte de pessoas que perderam o emprego e não conseguem auto-sustentar-se devido às despesas, ou que deixaram mesmo de receber qualquer tipo de prestação social.
O projecto assinado pelo Município de Salvaterra de Magos, “(Re) Ver a Pobreza” contempla um amplo conjunto de actividades de sensibilização da opinião pública para as questões da pobreza e da exclusão social, e visa reafirmar a importância da responsabilidade colectiva que implica a participação de todos, é um contributo para este flagelo.
De acordo com o relatório da OCDE, Portugal, distrito de Santarém e o nosso concelho precisavam de medidas de apoio ao combate à pobreza infantil e não medidas cegas que prejudicam sempre os mais fracos e hipotecam o futuro das novas gerações.
A crise não é uma abstracção. A crise é a pobreza infantil, a indecência de um país feito dessa desigualdade crua, dessa desigualdade gigantesca, é este país que da infância até à velhice nos priva de um futuro que seja realmente nosso.
Luís Gomes
Salvaterra de Magos, 01 de Junho de 2011
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