quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Resolução Política sobre os Incêndios Florestais

As contas foram avançadas pelo Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais, que revela que 70% da área ardida na União Europeia este ano é portuguesa. O número de fogos em 2010 já equivale à soma dos três anos anteriores. Os números tornam-se negros quando se percebe que 70% do território afectado pelas chamas localizam-se em Portugal, como avançou o Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS).

A percentagem, comparando com outras áreas mapeadas na União Europeia, é muito elevada, afirmou este organismo europeu, que produz anualmente relatórios sobre o impacto dos incêndios florestais em parceria com as autoridades nacionais.
Segundo o Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais, que está a trabalhar num novo modelo para avaliar o impacto socioeconómico dos incêndios, "as contas actualmente são feitas a 3000 euros o hectare ardido". Desta forma, e se tiver em conta os 200 mil hectares estimados pelo monitor europeu, a factura portuguesa já vai nos 600 milhões de euros.

O ministro da Agricultura prometeu aos agricultores afectados pelos graves incêndios florestais, ajudas para alimentação do gado que ficou sem pastagens. Concretamente, declarou que seriam atribuídos 40 euros por cada pequeno ruminante e 100 euros por bovino.
De facto a destruição das pastagens exige ajuda de emergência que garanta a subsistência de milhares de cabeças de bovinos, ovinos e caprinos.
Surpreendentemente, da leitura do Despacho do Ministério (DR de 27 de Agosto) fica claro, no ponto quatro, que não está garantido que haja verba no Orçamento de Estado para todos os agricultores que reclamarem as ajudas.

Que credibilidade pode ter um ministro que se desloca a uma das áreas mais afectadas pelos fogos florestais e que, na presença dos próprios agricultores, garante que haverá apoios para a subsistência do gado e que, dois dias depois, faz publicar um despacho onde revela que não há qualquer garantia de que essas ajudas cheguem aos agricultores afectados, em tempo útil, por eventual insuficiência orçamental.
Como é possível que um governo do PS tenha criado as ZIF (Zonas de Intervenção Florestal) e este governo, também do PS, tenha votado este instrumento ao mais completo abandono?

Esta situação de uma inércia política lamentável onde os proprietários já começam a sentir-se enganados, pois foram persuadidos a aderir às ZIF e o Governo reduziu drasticamente os apoios financeiros.
Temos que contrariar a lógica de gastar-se milhões de euros no combate aos incêndios, mas sim investindo a montante.
Mesmo considerando um ano de muita chuva e um verão de muito calor, o nosso concelho manteve uma redução do impacto dos fogos. Um incêndio anormal ocorrido na extrema do nosso território (Caniçais da Rainha) consumiu 61 hectares de zona florestal, tirando este incêndio os fogos ocorridos e área ardida, reflectem um trabalho consistente na prevenção.

Pois as áreas ardidas têm vindo a diminuir ao longo dos anos (2006 – 150h; 2007 – 70h; 2008 – 32h; 2009 – 17h) estando este ano em números próximos dos 30h.

Termino, congratulando o município na pessoa da Sra. Presidente e toda a equipa da Protecção Civil pelo trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos, que de uma forma articulada com todos os organismos responsáveis tem trabalhado, onde os resultados falam por si. Assim como, o trabalho árduo da corporação de bombeiros voluntários de Salvaterra de Magos que desempenham uma tarefa heróica no combate a este flagelo.

Luís Gomes
Salvaterra de Magos, 01 Setembro de 2010

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