Os planos de austeridade que, com maior ou menor dimensão, têm sido aprovados em toda a Europa, representam um agravamento da recessão nos países em crise e a diminuição dos direitos sociais e democráticos dos cidadãos.
Três meses, Março, Maio e Setembro ficam em má memória, o último com o anúncio do mais pesado dos três pacotes de medidas de austeridade até agora apresentados. No dia em que toda a Europa se uniu para lutar contra os Planos de Estabilidade e Crescimento, o Primeiro-ministro nada ouviu e veio dizer-nos como a partir de agora vai ser pior e mais uma vez, não será para todos.
Pensionistas, desempregos, funcionários públicos, beneficiários do Rendimento Social de Inserção, famílias inteiras já o sentem e senti-lo-ão ainda mais. O desemprego continua a aumentar e nenhuma política efectiva para a criação de emprego digna desse nome está nos planos.
A obsessão com o défice do Estado vai reforçando cada vez mais o défice social num país onde as desigualdades sociais aumentam e a justiça económica e social tarda, quer nos planos de quem governa, quer nos do maior partido da oposição. A tudo isto junta-se o aumento de impostos e o resultado é simples: diminuição progressiva do poder de compra dos trabalhadores e pensionistas e aumento sistemático das despesas de consumo. O saldo é cada vez mais negativo. Some-se ainda uma saúde cada vez mais cara e cortes nos abonos de família. É por tudo isto que o PEC III é o rosto da vergonha e da cobardia.
Não se pode, ser defensor do Estado Social e ao mesmo tempo anunciar a sua morte. É contraditório!
Como João Ramos de Almeida explicou, se o valor do plano de contenção orçamental fosse de 10 euros, 6 euros desse plano seriam pagos pela população, em particular os que menos têm, 3 euros seriam pagos pelo Estado (que, já agora, é pago pelos contribuintes) e apenas 1 euro seria pago pelos restantes actores (empresas, bancos, detentores de maiores rendimentos e investidores imobiliários). Uma distribuição assim tão injusta só se justifica porque, como diria um anúncio publicitário antigo, “é fácil e dá milhões”. É fácil porque não há necessidade de enfrentar os interesses instalados. É fácil porque é mais rápido. Mas mais difícil fica viver para a grande maioria da população portuguesa; contudo isso parece já ser indiferente.
Luís Gomes
Salvaterra de Magos, 06 de Outubro de 2010
Três meses, Março, Maio e Setembro ficam em má memória, o último com o anúncio do mais pesado dos três pacotes de medidas de austeridade até agora apresentados. No dia em que toda a Europa se uniu para lutar contra os Planos de Estabilidade e Crescimento, o Primeiro-ministro nada ouviu e veio dizer-nos como a partir de agora vai ser pior e mais uma vez, não será para todos.
Pensionistas, desempregos, funcionários públicos, beneficiários do Rendimento Social de Inserção, famílias inteiras já o sentem e senti-lo-ão ainda mais. O desemprego continua a aumentar e nenhuma política efectiva para a criação de emprego digna desse nome está nos planos.
A obsessão com o défice do Estado vai reforçando cada vez mais o défice social num país onde as desigualdades sociais aumentam e a justiça económica e social tarda, quer nos planos de quem governa, quer nos do maior partido da oposição. A tudo isto junta-se o aumento de impostos e o resultado é simples: diminuição progressiva do poder de compra dos trabalhadores e pensionistas e aumento sistemático das despesas de consumo. O saldo é cada vez mais negativo. Some-se ainda uma saúde cada vez mais cara e cortes nos abonos de família. É por tudo isto que o PEC III é o rosto da vergonha e da cobardia.
Não se pode, ser defensor do Estado Social e ao mesmo tempo anunciar a sua morte. É contraditório!
Como João Ramos de Almeida explicou, se o valor do plano de contenção orçamental fosse de 10 euros, 6 euros desse plano seriam pagos pela população, em particular os que menos têm, 3 euros seriam pagos pelo Estado (que, já agora, é pago pelos contribuintes) e apenas 1 euro seria pago pelos restantes actores (empresas, bancos, detentores de maiores rendimentos e investidores imobiliários). Uma distribuição assim tão injusta só se justifica porque, como diria um anúncio publicitário antigo, “é fácil e dá milhões”. É fácil porque não há necessidade de enfrentar os interesses instalados. É fácil porque é mais rápido. Mas mais difícil fica viver para a grande maioria da população portuguesa; contudo isso parece já ser indiferente.
Luís Gomes
Salvaterra de Magos, 06 de Outubro de 2010
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