quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Avenida da Liberdade pela Paz


A Liberdade, na nossa Avenida, não vive de cara tapada e convidou toda a gente a mostrar a sua opinião, porque a democracia é a força do povo contra a guerra.
No passado sábado, foram milhares na grande manifestação unitária contra a NATO, promovida por sindicatos, partidos e outras organizações sociais.

A Avenida é muito simbólica e o melhor local para esta iniciativa. Foi na Avenida que se decidiu a República, e que se fizeram as primeiras mobilizações do 25 de Abril. É na Avenida que se comemoram os dias grandes da democracia. E foi na Avenida da Liberdade que se respondeu aos senhores da guerra reunidos na cimeira da NATO. Na forma e no conteúdo, uma resposta contra o belicismo e contra a declaração de guerra ao mundo, preparada pelos estrategas da NATO quando definem uma aliança promotora do colonialismo e fomentadora da agressão.

A catástrofe humanitária que se viveu na ex-Jugoslávia ou que se vive no Afeganistão, no Iraque ou na Faixa de Gaza, demonstram como a guerra é a pior das políticas. A presença de tropas portuguesas num destes cenários de horror, o do Afeganistão, só acentua a responsabilidade do movimento da paz, entre nós, para conseguir parar o ciclo de choque e pavor. De todas essas razões se fez a manifestação de sábado.

Também não pode passar despercebida a gigantesca campanha ideológica que tem sido desencadeada no país para branquear os responsáveis da NATO e para legitimar as suas conclusões anunciadas. Ao mesmo tempo, esta campanha procura desautorizar o direito de manifestação e amedrontar os trabalhadores, porque estamos na véspera de uma greve geral.

Por tudo isto, os responsáveis da manifestação agiram com toda a clareza, recusando provocações e afirmando o carácter pacífico, demonstrativo e enérgico de uma manifestação democrática como é o movimento popular em Portugal. Essa mobilização não convive com grupos como os Black Bloc, que têm sido instrumentos para atacar o direito de manifestação e para promover a sua criminalização. A Liberdade, na nossa Avenida, não vive de cara tapada e convida toda a gente a mostrar a sua opinião, porque a democracia é a força do povo contra a guerra.

A democracia mobilizada contra a guerra é também a defesa da democracia.

Luís Gomes

Salvaterra de Magos, 23 de Novembro de 2010

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