quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PELA DEMOCRACIA NO MUNDO



Intervenção na reunião de câmara do vereador do Bloco de Esquerda, Luís Gomes, sobre:

2011 começou com o vento forte da liberdade. Depois da queda da ditadura na Tunísia e de fortes mobilizações em favor da democracia em vários países árabes, foi a vez da ditadura no Egipto chegar ao fim. Depois de consecutivas e gigantescas mobilizações plurais no Cairo e em várias outras cidades do país do Nilo e ao fim de 18 dias de mobilização, o povo egípcio pôs fim ao regime de Hosni Mubarak, há três décadas no poder.

A perpetuação desta como de outras ditaduras só foi possível graças a cumplicidade de outros Estados que ajudaram a impedir a expressão livre do povo egípcio em nome dos seus interesses de circunstância e da sua agenda de poder. É, por isso, da maior importância que a comunidade internacional exprima a sua solidariedade pela garantia da liberdade e democracia dos homens e mulheres do Egipto, assente em alicerces de eleições livres e democráticas e torne claro o seu repúdio pela actividade dos protagonistas de todas as ditaduras.

Esta insurreição atingiu o mundo e foi possível que nos identificássemos de imediato com esta revolta. Foi possível perceber prontamente o que estava em causa. No Egipto clama-se por justiça e liberdade num contexto inequivocamente secular e universal. E muito provavelmente dará o sinal para a queda de outras ditaduras no mundo árabe.

Os egípcios entrevistados nas ruas do Cairo afirmam que, pela primeira vez nas suas vidas, se sentem vivos. Aconteça o que acontecer, é muito importante que esta sensação de “estar vivo” não venha a ser sepultada sob as lápides dos cínicos interesses dos “donos do mundo”.

Luís Gomes

Salvaterra de Magos, 16 de Fevereiro de 2011

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