O
atual governo assumiu, desde a tomada de posse, o papel de capataz da troika
FMI – BCE – UE e foi mais longe nas medidas de austeridade do que previsto no
memorando assinado pelo PS, PSD e CDS, em Maio de 2011. Exemplo flagrante desta
atitude de vingança contra o seu próprio povo que, ao contrário dos poderosos e
especuladores, nunca viveu acima das possibilidades, é o roubo dos subsídios de
férias e Natal de 2012 aos reformados, pensionistas e trabalhadores da função
pública, condenado pelo Tribunal Constitucional.
Como
era previsível, os resultados das políticas de austeridade foram a recessão
económica, a queda do investimento e o aumento do número de falências, um
desemprego descontrolado que já ultrapassou 16%, o alastrar da miséria e da
exclusão social. E a dívida, em vez de diminuir, vai crescendo, fruto dos juros
usurários e da inevitável queda das receitas fiscais.
Em
vez de arrepiar caminho, os responsáveis deste desastre económico e social
respondem à crise, agravada pela austeridade, ainda com mais austeridade. Em
desrespeito pela decisão do Tribunal Constitucional, o governo decidiu alargar
o roubo dos salários e subsídios dos reformados e do setor público a todos os
trabalhadores e anuncia-se uma redução de pensões entre 3 e 10%.
Durante
a última inspeção da troika, o governo decidiu agravar a TSU em 7% sobre os
salários, com a descida de mais de 5% para o capital, supostamente para
combater o desemprego – o que foi desde logo desmentido pelas associações
patronais. Obrigado a recuar em relação à TSU, no seguimento das manifestações
de 15 de Setembro, o governo quer agora transferir o roubo diretamente para os
salários e subsídios e para sede do IRS.
Mas
o copo transbordou em 15 de Setembro, nas manifestações que trouxeram à rua
mais de um milhão de portugueses sob o lema: Que se lixe a troika, queremos as nossas vidas! Pelas ruas ecoa
espontaneamente o clamor pela demissão do governo que foi ampliado nas
manifestações de 29 de Setembro. O povo verificou que a austeridade não é
apenas um erro, mas sim uma opção de vida e uma obsessão de morte deste
governo.
Outra
obsessão do governo é a perseguição ao poder local democrático, a nível dos
municípios (com a lei dos compromissos e o PAEL) e das freguesias. A lei da
RATA ou lei “mata-freguesias” é a última peça que resta do Documento Verde do
(ainda) ministro Miguel Relvas. A opção é clara: ou a vida de mais de mil
freguesias e de todo um povo ou a sobrevivência deste governo celerado.
Assim, a Assembleia
Municipal de Salvaterra de Magos, reunida em 28 de Dezembro de 2012, delibera:
·
Repudiar
a política levada a cabo pelo 19.º Governo Constitucional, assente na moribunda
coligação PSD – CDS.
·
Remeter, a presente Moção a Suas Excelências, Presidente
da República, Presidente da Assembleia da República, Primeiro-Ministro e aos
Grupos Parlamentares da Assembleia da República.
Os Deputados Municipais do
Bloco de Esquerda
Salvaterra de Magos, 28 de Dezembro de
2012
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