Milhares de pessoas participaram nas manifestações
"Povos Unidos Contra a Troika", a primeira iniciativa de convergência
nas ruas do protesto europeu contra a austeridade. Em Portugal, a demissão do
Governo foi outra das reivindicações dos manifestantes.
Lisboa, Madrid, Barcelona e Frankfurt foram as cidades
onde o protesto se ouviu com mais força. Milhares de pessoas saíram às ruas
para reclamar o fim da política de austeridade na Europa e da chantagem
financeira sobre os cidadãos e exigindo mais democracia contra a ditadura dos
mercados. Na cidade que acolhe a sede do Banco Central Europeu, a polícia
atacou o cortejo da manifestação, dividindo-o e cercando uma parte dos manifestantes,
o que deu origem a confrontos e detenções. Uma exceção à regra das mais de cem
cidades onde o protesto decorreu de forma pacífica.
Madrid e Barcelona também juntaram milhares de pessoas
nas manifestações "Povos Unidos Contra a Troika", um protesto que
teve lugar noutras cidades do Estado espanhol. As críticas desta "Maré
Cidadã" aos cortes da austeridade e ao resgate dos bancos juntaram
sindicatos, associações e coletivos de luta contra os despejos ou de cidadãos
burlados pelos bancos agora resgatados com dinheiros públicos. Em Madrid, os
manifestantes cantaram a Grândola Vila Morena junto à representação da Comissão
Europeia, uma música também entoada no protesto em Paris, convocado por
iniciativa das delegações do Bloco de Esquerda, Syriza e Juventud Sin Futuro em
França e apoiado por dezenas de coletivos e associações.
Em Portugal, as manifestações juntaram milhares de
pessoas em Lisboa e Porto e algumas centenas nas restantes dezoito cidades, com
uma presença forte de reformados. A exigência da demissão do Governo foi
unânime em todas as localidades onde o protesto ocorreu, quer nas palavras de
ordem entoadas pelos manifestantes, quer nas intervenções das assembleias
abertas nas concentrações, referindo também o apelo à participação na greve geral
de 27 de junho.
Luís Gomes
Salvaterra de Magos, 05 de Junho de 2013
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