terça-feira, 29 de abril de 2014









Moções propostas e aprovadas por unanimidade pelos eleitos do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos em 29 de Abril de 2014


Moção
DEFENDER ABRIL, PROSSEGUIR EM MAIO E SEMPRE!
Na véspera do 35º Congresso do PSD, realizado em Fevereiro do presente ano, o líder da bancada parlamentar afirmou em entrevista que “a vida das pessoas não está melhor mas o país está muito melhor”.
Vamos aos factos:
- A dívida pública atingiu 213,6 mil milhões de euros; 8771 milhões a mais do que em 2012 segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal; o rácio da dívida pública em percentagem do PIB tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos e passou de 108,3% em 2011 para 124,1% em 2012 e para 129% em 2013.
- A taxa do desemprego atingiu nos finais de 2013, 15,3% e Portugal continua a ter um nível de desemprego muito superior ao da União Europeia (10,6%) e ao da zona euro (11,9%). A taxa do desemprego jovem atinge os 35% sendo que, comparada com outros países, Portugal tem uma taxa média superior à média da zona euro (23,5%) e da União Europeia (22,9%).
- O Governo cobra cada vez mais e distribui cada vez menos: IRS subiu 35,5%, custo de vida 20% mas os apoios caem 7%; os novos dados da Segurança Social deixam evidente o caminho que tem sido implementado e assim entre Janeiro de 2013 e Janeiro de 2014, a rede de segurança do Estado foi alvo de mais cortes ajudando cada vez menos gente, isto apesar de os impostos sobre os cidadãos que financiam esta rede de segurança serem cada vez mais elevados – só a receita de IRS aumentou 35,5% em 2013.
- Em relação a Janeiro de 2013, a rede de proteção da economia continuou em queda em 2014: os 416 mil desempregados que recebiam apoio do Estado (subsídio, subsídio social ou prolongamento do subsídio social) passaram a ser 338,3 mil, uma redução de 6,68%. Mais de 438 mil desempregados não têm qualquer apoio do Estado e aqueles que ainda têm direito a uma prestação, se no início de 2013 o valor médio mensal do subsídio era de 510,2 euros, no início de 2014 foi reduzida para 470 euros o que diminui 40 euros mensais, significando assim um corte de um mês no valor recebido num ano. Os apoios aos desempregados foram reduzidos de 203 milhões mensais para 182 milhões.


- Ao nível do RSI (Rendimento Social de Inserção) o total de beneficiários caiu 18,7% nos 12 meses terminados em Janeiro deste ano, havendo agora 228 mil pessoas a receber um RSI médio de 88 euros.
- Em 2010, 2,3 milhões de famílias (48% do total) recebiam menos de 10 mil euros. Em 2012 eram já 3 milhões (66% do total).
Empobrecer rapidamente e em força! É a política do governo: em apenas 2 anos o total de famílias em Portugal que ganham menos de 10 mil euros brutos por ano disparou 33,1%. Em 2010, ganhavam menos de 715 euros brutos mensais – considerando 14 meses – 2,28 milhões de famílias mas em 2012 eram já 3,04 milhões de agregados abaixo daquele limiar.
- O risco de pobreza da população portuguesa aumentou entre 2011 e 2012, atingindo 18,7% da população, ou seja, quase 2 milhões de pessoas. Os dados constam do mais recente inquérito às Condições de Vida e Rendimento do Instituto Nacional de Estatística, divulgados em Março e que apontavam para um aumento de oito pontos percentuais em relação a 2011. Não havendo valores relativos a 2013 os indicadores de pobreza apontam no sentido do agravamento.
É neste contexto social que iremos comemorar 40 anos do 25 de Abril, revolução da liberdade e da luta por uma vida melhor e mais digna. Nada voltou a ser como dantes desse dia cheio de alegria que animou o coração da maioria dos portugueses que acreditaram ser possível a conquista de direitos que nunca tinham alcançado.
Muitas conquistas foram obtidas com grande empenhamento, determinação e coragem. Aprendemos a viver em democracia e assim foi possível concretizar na Constituição da República Portuguesa, direitos fundamentais que têm vindo a ser atacados e destruídos por quem nunca soube o que era lutar pelo direito ao trabalho, à saúde, à segurança social, pelo salário mínimo, férias e subsídio de Natal, melhores contratos coletivos de trabalho, direitos específicos para as mulheres.
 Acreditamos que “só haverá LIBERDADE a sério quando houver a paz, o pão, habitação, saúde, educação; só há LIBERDADE a sério quando houver liberdade de mudar e decidir, quando pertencer ao povo o que o povo produzir”.
Agricultores, estudantes, militares, forças de segurança, trabalhadores das autarquias locais, aposentados e reformados, são alguns daqueles que demonstraram na rua a defesa de direitos alcançados, que continuam a acreditar num presente e num futuro com dignidade e saberemos encontrar as respostas necessárias e indispensáveis para contrariar a política atual.

DEFENDEMOS ABRIL, PROSSEGUIREMOS EM MAIO E SEMPRE! 

A Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos, reunida em Sessão Ordinária de 29 de Abril de 2014, delibera:
- Saudar a Revolução do 25 de Abril e os avanços sociais, económicos e políticos que foram alcançados;
- Saudar os valores e princípios consignados na Constituição da República Portuguesa;
- Saudar a Democracia Local e a luta das populações em defesa das Freguesias;
- Saudar o 1º de Maio, em defesa do direito ao trabalho e de condições de vida com dignidade;
- Exortar à participação dos cidadãos nas comemorações do 1º de Maio e no prosseguimento da luta pelo derrube do governo e pela realização de eleições legislativas antecipadas, condição indispensável para um futuro com paz, pão, habitação, saúde, educação e justiça.

Os eleitos do Bloco de Esquerda

Nota. No caso da presente Moção ser aprovada, deverá se enviada uma cópia para:
- Presidente da República
- Presidente da Assembleia da República
- Grupos Parlamentares da Assembleia da República
- Primeiro-ministro
- Ministros da Saúde, Finanças, Economia, Educação e Ciência, Agricultura, Defesa, Trabalho e Solidariedade Social
- Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos
- Órgãos de comunicação social


                                    MOÇÃO
As freguesias têm desempenhado um papel fundamental, quase sempre ignorado pelos sucessivos governos, na organização administrativa do território. Como elo mais próximo de ligação entre a cidadania e o Estado, com a sua representatividade política e democrática, muito contribuem para a resolução de problemas locais e para a defesa dos interesses de cada comunidade.

Apesar das anunciadas novas competências e melhorias no funcionamento das autarquias, a Lei nº 75/2013, aprovada apenas com os votos favoráveis do PSD e CDS/PP, não está a aproximar mais as populações, nem a facilitar a participação pública na vida autárquica nem a racionalizar procedimentos e custos. Persiste e agrava-se a centralização da gestão do território.

A falta de qualidade da legislação autárquica aprovada em Setembro último ficou bem patente no despacho “interpretativo uniforme” sobre 19 questões que o governo se viu forçado a fazer. Só passaram 6 meses após a aprovação da Lei nº 75/2013, mas é grande a confusão nas autarquias e a população que assiste às reuniões das freguesias não vê melhorias no funcionamento dos órgãos autárquicos.

Perante uma situação em que as freguesias se confrontam com novas e maiores dificuldades para a concretização das suas atividades em prol das populações, o último Congresso da Associação Nacional de Freguesias (Anafre) realizado em fins de Janeiro com a presença de mais de 800 delegados, manifestou a sua discordância com a agregação/extinção a que foram sujeitas mais de 1.000 freguesias e defendeu, entre outros pontos, que seja clarificada a partilha de competências entre municípios e freguesias.

Assim, a Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos, reunida em 29 de Abril de 2014, tendo em conta a importância decisiva das freguesias para o desenvolvimento equilibrado das vilas e valorizando as tomadas de posição da Anafre, DEFENDE:

1a alteração da Lei nº 75/2013 de 12 de Setembro que estabelece o regime jurídico das autarquias locais, com vista a um efetivo alargamento das atribuições e competências da administração local;

2 – uma justa atribuição de recursos financeiros às autarquias, que permita a adequada concretização das suas responsabilidades para com a população local   
                                                                                         
Os Eleitos do BE               

(A remeter à Assembleia da Republica e Grupos Parlamentares, Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos e Comunicação Social)

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