Apelo
dos Autarcas Europeus à
alteração profunda ou ao chumbo pelo Parlamento Europeu do quadro financeiro 2014-2020 (novo QREN com outro nome) proposto
pelo Conselho Europeu.
Este
Apelo destina-se a ser subscrito pelos autarcas europeus.
APELO DOS AUTARCAS LOCAIS
AOS PARLAMENTARES EUROPEUS
Em 8
de Fevereiro último, os chefes de Estado europeus chegaram a acordo sobre o
quadro financeiro para o período 2014-2020. Pela primeira vez na história da
construção europeia, o Conselho Europeu prevê um orçamento em baixa :
nesse sentido, o teto fixado para os próximos sete anos foi fixado em 960 mil
milhões de euros para as autorizações de programas, ou seja 1% do produto bruto
da União Europeia e um decréscimo de 3,4% em relação a 2007-2013. Um
recuo histórico !
A 13
de Março em Estrasburgo, os parlamentares europeus rejeitaram, por larga
maioria, este projeto de orçamento restritivo e apelaram a uma renegociação,
para darem seu acordo, antes da votação definitiva, em Julho próximo.
No
momento em que as políticas de austeridade provocam uma pauperização extrema
das populações em todos os países da União Europeia e aprofundam a crise nestes
países, os chefes de Estado sacrificam a solidariedade europeia no altar do
rigor e abandonam os cidadãos mais desfavorecidos. Desta forma, a ajuda
alimentar sofre um rombo drástico, a política agrícola e a política de
coesão sofrem igualmente violentos cortes orçamentais.
Com
um tal orçamento, a austeridade em benefício dos mercados financeiros ficará
marcada para sempre à escala europeia e porá termo ao projeto europeu !
São todos os povos da Comunidade quem mais sofrerá as consequências.
Do
mesmo modo, as autarquias locais serão profundamente atingidas : no
momento em que já são confrontadas com as necessidades crescentes das
populações, este orçamento agravará os constrangimentos que as atingem e serão
novamente reduzidos os seus recursos. É inadmissível!
Nós,
autarcas locais dos países da União Europeia, quotidianamente em contacto direto
com as cidadãs e os cidadãos, apercebemo-nos da amplitude das necessidades
vitais a satisfazer por um número crescente de famílias europeias e
consideramos que as solidariedades nacionais e europeias devem conjugar-se para
enfrentá-las.
É
por isso que os parlamentares europeus devem prosseguir a resistência
desencadeada em 13 de Março último, em Estrasburgo, e exigir um orçamento
conforme com as aspirações maioritárias dos povos da União Europeia, permitindo
concretizar a solidariedade, a justiça social e as cooperações. Estamos
disponíveis e lado a lado nesse combate.
Caso
contrário, apelamos a que rejeitem o orçamento que será colocado a votação no
próximo mês de julho, em Estrasburgo.
Luís Gomes
Salvaterra
de Magos, 17 de Abril de 2013
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