segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Declareação politica - Agregação de Autarquias - "ataque ao poder local democrático"

O vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) Rui Solheiro classifica a proposta de agregação de autarquias, prevista no guião com orientações para a reforma do Estado, como um "ataque ao poder local democrático".
"Parece mais um ataque ao poder local democrático do que uma reforma do Estado. E isso é preocupante, num país tão centralizado como este, em que o poder local apenas gere 8,9% das receitas do Estado", sublinhou Rui Solheiro, admitindo a "surpresa" da ANMP face a este anúncio.
Por isso, considera a proposta apresentada pelo Governo, de agregação de municípios tal como o processo seguido para as freguesias, como "totalmente despropositada" e que merece a "mesma contestação" demonstrada no passado, quando a hipótese também foi colocada.
Afirma ainda, "Não nos parece haver qualquer razão para isto [agregação dos municípios] ser considerado uma prioridade em termos de reorganização do Estado, quando somos apresentados na Europa como um exemplo. Temos municípios em média com 32 mil habitantes, quando a média europeia é de 5.500", reforçou.
A isto acrescentou que a medida, a avançar, "colocará em causa" o apoio de proximidade prestado pelos municípios à população.
O Governo propõe a agregação de municípios como forma de continuação da reforma administrativa do território iniciada com as freguesias, segundo o guião com orientações para a reforma do Estado aprovado pelo executivo.
Rui Solheiro recorda que a dimensão atual do poder local em Portugal está "de acordo com as necessidades das populações" e que qualquer agregação só terá sentido se resultar da "atitude voluntária" dos municípios.
"Isto não é uma necessidade nacional, sobretudo num país que só tem dois patamares do poder: o central e o local. Não temos sequer um nível intermédio, de administração regional", disse ainda o vice-presidente da ANMP.
Termino, relembrando, que todos temos presente o processo da aplicação da lei de extinção/agregação de freguesias no nosso concelho. O Bloco de Esquerda espera que esta luta pela valorização e autonomia do poder local seja motivo de unidade entre todos os que defendem o papel indispensável das autarquias no atual quadro político democrático. E não seja uma forma de tacticismos partidários com objetivos eleitorais, estamos hoje como estivemos no passado pela defesa do poder local democrático, a população do concelho de Salvaterra de Magos sabe que pode contar connosco.
Intervenção do vereador Luís Gomes, na reunião de câmara de 06 de novembro de 2013

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